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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Um referendo sem sentido

Mais importante que o direito dos casais do mesmo sexo a adoptarem uma criança é o direito de todas as crianças a crescerem num ambiente propício ao seu harmonioso desenvolvimento. Este ambiente envolve todas as variáveis mencionadas (referências paternais, reacção da comunidade, blá blá blá etc e tal). Esta avaliação não é política e é independente do referendo. Se os casais do mesmo sexo são piores do que uma instituição a criar uma criança, então mesmo que o referendo seja aprovado por larga maioria, as crianças saem prejudicadas. O inverso é, logicamente, aplicável.

Usar um referendo para substituir esta avaliação largamente técnica é subordinar o direito da criança ao do casal. É um erro fundamental.

Dito isto, toda a evidência científica aponta para que as crianças adoptadas por casais do mesmo sexo que cumprem os mesmos requisitos que um casal heterossexual são tão saudáveis como as demais. Este argumento cai, naturalmente, em orelhas moucas junto daqueles que fundamentam a sua posição com o direito da sociedade a reger o funcionamento da unidade nuclear família, da mesma forma que se opunham ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar de não haver direitos de terceiros envolvidos. Com estas pessoas qualquer discussão é, inevitavelmente, estéril, e como tal não representa um uso inteligente do meu tempo.

Resumindo e concluindo, é um disparate fazer este referendo. Mas se ocorrer, lutarei com unhas e dentes para que seja aprovado. Ganharia a felicidade das crianças que querem uma família que os ame e ganhariam os casais que apenas perseguem o direito a constituir uma família. Estes são direitos humanos e, como tal, não são referendáveis.

sábado, 6 de agosto de 2011

Ironia?

António Capucho mantém a linha habitual e vem para os jornais queixar-se da forma como o Passos Coelho não lhe dá valor.

A mais recente lamechice é não ter sido previamente informado de que não seria reconduzido no Conselho de Estado, tendo sabido pelos jornais. Aos meus olhos não é, de facto, a forma mais correcta.

Pobre Passos Coelho. Fez isto para agradar a Capucho. Ou não é Capucho que vê nos jornais o local ideal para se discutir o assento no Conselho de Estado?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

I know it when I see it

Esta campanha está a ser cansativa de acompanhar. E há que congratular José Sócrates por isso. Para Sócrates, todas as propostas da oposição são irresponsáveis. São radicais. São todas calamidades à espera de acontecer ao país. E nenhuma tem nada que se aproveite.

Quando se é assim permanentemente, o mais provável é que se acabe por estar contra coisas bastante razoáveis e provavelmente que em outras alturas os próprios já defenderam. Não é surpreendente que episódios de aparente contradição surjam.

Mas se por um lado, ainda bem que já ficaram para trás os tempos do PS=PSD, também não é nestas circunstâncias que se vê algum debate em condições, porque ele é asfixiado à partida com o vocabulário do costume: basta misturar numa frase radical, neo-liberal e "qualquer coisa" social para o trabalho estar feito. Ser porta-voz do PS não é assim tão difícil.

No fundo, até acho que existe mesmo alguma divisão ideológica entre os dois partidos. Mas o vocabulário usado, principalmente do lado esquerdo, soa muito a falso, artificial. É hipócrita. O que o PSD defende não é nada de extraordinário em relação ao que se passa em muitos outros sítios.

E num jeito de conclusão geral, é quando vemos o PSD ser chamado de radical, neo-ultra-qualquer coisa liberal que vemos como o nosso país continua dominado pelo comunismo e pela herança da revolução. Qualquer coisa que não seja socialista é ostracizada. A nossa direita não é liberal. O CDS não é, claramente, um partido liberal. O PSD tem pela primeira vez um cheirinho a liberal. Mas chamar a estas medidas radicais mostra que os olhos por aqui não vêem o espectro todo. Há muito mais para além do que aqui se encontra.

Chamar ultra liberal ao PSD é o equivalente a apelidar de pornográfica qualquer banal comédia romântica de Hollywood. É de quem nunca viu nada.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Achei sinceramente que podia ser um desejável "maverick"

http://www.ionline.pt/mobile/117091-fernando-nobre-ameaca-renunciar-ao-lugar-deputado

A ser verdade esta notícia, então é só mesmo um grande ego. Assim perde a única qualidade que tinha, dado que as suas ideias (e não o trabalho) me são pouco caras.

Poderá este ser o enésimo tiro de PPC nos próprios pés? O Sócrates é um case-study de político com sorte, apesar de estar sempre a atribuir ao azar as consequências da sua incompetência.

sábado, 26 de março de 2011

Mau sinal

Independentemente de todos os defeitos que a actual configuração possa ter, o PSD não devia ter embarcado na revogação do modelo de avaliação dos professores. Dá um mau sinal para dentro do sistema de ensino, para o país em geral e para os que lá fora nos observam e de quem dependemos. No passado o PSD rejeitou esta revogação, apesar das discordâncias com o governo, e ter mudado de opinião agora cheira, inevitavelmente, a eleitoralismo barato. Uma desilusão.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Falsa oferta

António Capucho, membro do Conselho de Estado por nomeação do PSD, pôs pela segunda vez o seu lugar à disposição de Passos Coelho. A primeira oferta foi aquando da eleição do actual líder do PSD para a presidência do partido. Em ambas as ocasiões Capucho optou por divulgar esta disponibilidade pela imprensa.
Ora, isto é uma forma de actuação que me parece muito pouco apropriada, pois coloca um pesado ónus sobre Passos Coelho, que poderá sempre parecer mesquinho caso aceite a oferta. O próprio António Capucho considerou que faria todo o sentido que o líder da oposição se sentasse no órgão consultivo do Presidente da República. Capucho, sendo um homem bem mais sapiente e conhecedor do mundo da política do que eu, saberá que este tipo de questões se resolvem longe dos holofotes e do ruído da imprensa... Pelo menos quando a intenção é mesmo alargar o leque de opções do líder do partido.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Próximo post da Câmara Corporativa

Candidato do PS em 2006: 785.355
Candidato do PS em 2011: 829.796
Variação: +5,66%


Candidato do PSD em 2006: 2.773.431
Candidato do PSD em 2011: 2.223.133
Variação: -19,84%

Quem é que é o vencedor da noite afinal?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Black King to B7

"Sócrates oferece “mais um esforço” para conseguir a aprovação do OE", Público
Vem aí o xeque-mate.

Zugzwang

O próximo a mexer perde.

Not poker. Chess

Concordo integralmente com João Duque. Passos Coelho conseguiu com esta negociação ganhar espaço para viabilizar o orçamento, como todos lhe pediram e, simultaneamente, distanciar-se. Sobretudo deu provas de liderança, não cedendo às pressões indecentes que lhe fizeram ainda antes do orçamento ser conhecido.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Hoje não

Pois João, tu enganaste-te. Eles também. E muitos outros. Nogueira Leite diz que Sócrates terá de beber o cálice até ao fim. Mas no final quem vai beber mesmo o cálice são os outros; as derrotas ou vitórias políticas de Sócrates e dos adversários dizem muito pouco a quem está por baixo.

Cenários: Parece-me fazer pouco sentido que depois disto o PSD deixe passar o orçamento. Logo, vota contra. Parece pouco útil discutir a probabilidade de mudança à esquerda. E agora, ou Portas dá o dito por não dito e vota a favor do PS para dar a maioria, ou então isto não passa mesmo. Terá Portas feito bluff? Dito que não, convencido que as negociações acabariam por tornar o seu voto irrelevante? Ou estará mesmo convicto de que este orçamento é para votar não? Mas mesmo que disso esteja convicto, alguma vez deixou as suas convicções estarem no caminho de uma vitória política de curto prazo?

Não haverá orçamento. Sócrates segue com a sua promessa e demite-se, ou também isso foi bluff? Será que o primeiro-ministro não vai cumprir com a sua palavra? Se não se demitir, alguém o demite? E Cavaco anda onde?

São normalmente estes jogos que me fascinam na política. Mas hoje não. Hoje não.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Poker face

Não sou grande analista político. Procuro estar informado, mas a verdade é que sou muitíssimas vezes apanhado de surpresa pelos desenvolvimentos da politiquice portuguesa, também pela minha dificuldade em trabalhar intelectualmente o absurdo.
Ainda assim, arrisco dizer que quer no PS, quer no PSD, há a convicção que o Orçamento do Estado terá de ser aprovado, pois os custos de um mau orçamento são inferiores, neste momento, aos de um não orçamento.
Assim, penso que o OE será aprovado de qualquer forma, apenas não sei se será o PS a ceder às condições exigidas por Passos Coelho (aparentemente sensatas), se será o PSD a deixar cair as suas exigências, ou se haverá lugar a um compromisso. Acho que vencerá quem levar o bluff mais longe. Não entram aqui com considerações de interesse nacional e bom senso, isto é mero jogo politiqueiro e Sócrates tem sido bem mais hábil que Passos Coelho.
De qualquer forma, gostaria de deixar escritas duas coisinhas.
Primeiro, compreendo Passos Coelho. Depois de ter sido ludibriado pelo primeiro-ministro em Maio, que concretizou o aumento de impostos acordado mas não a travagem do despesismo, o líder do PSD não acredita na palavra do chefe do Governo.
Segundo, acho que as alterações que propõe vão no bom sentido, mas não alterarão no fundamental o orçamento. A verdadeira dúvida é mesmo se desta vez o PS vai concretizar os cortes prometidos na despesa. Eu estou céptico, pelo histórico de José Sócrates. Fool me once shame on you, fool me twice, shame on me. Por esta razão espero que Passos Coelho aprove o Orçamento do Estado.
Neste momento o destino do país está largamente traçado e é justo que Sócrates e respectiva pandilha possam executar o último acto desta tragédia, sendo devidamente julgados politicamente por isso. Dar-lhe mais uma oportunidade de vitimização era bom de mais para um primeiro-ministro incompetente e pouco sério, que já recebeu de brindes do PSD, entre outros: enfrentar Ferreira Leite nas eleições, a credulidade de Passos Coelho no PEC de Maio e a péssima gestão do dossier Revisão Constitucional.

sábado, 27 de março de 2010

Passos

Ao abrir o site do PSD, na procura de mais informação sobre os resultados eleitorais, deparei-me com o CV de Pedro Passos Coelho. Achei curioso que nas 10 menções ao nome do seu partido no currículo, por nenhuma vez este fosse referido como Democrata, mas como Democrático. São pormenores, mas talvez fosse mais provável esperar isto de alguém jovem no partido como Paulo Rangel.
Apartes à parte, é hora de ver de que é que PPC é feito. Primeira voz no mainstream político a puxar por um liberalismo de forma mais consistente; vamos ver se ele "walks the walk". Não vamos ser inocentes, muito vai correr mal e desapontar, mas se conseguir um empurrãozinho na direcção contrária à que quase sempre foi vista por cá já não era mau.

segunda-feira, 15 de março de 2010

A propósito



And if it's real
Well I don't want to know 
Don't speak
I know just what you're thinking
I don't need your reasons
Don't tell me cause it hurts
No Doubt - Don't Speak

sábado, 13 de março de 2010

O Congresso do Partido

No meio das partes engraçadas do congresso do PSD, como o comentário ressabiado de Santana contra Cavaco ou a autobiografia light no discurso de Passos Coelho (talvez assim não precise de ler Mudar), há algumas declarações que me causaram alguma apreensão. Não dá para perceber qual é o sentido do PSD e da actual líder, quando se diz que se aprova o PEC por razões de interesse nacional e pela exigência do mundo que lá fora olha, ao mesmo tempo que se tecem afirmações como "O PEC não é mais do que um Programa de Estabilidade e Estagnação". Que interesse nacional é este então? Se acredita nisso, porque vota a favor? Pode ter sido a atitude certa no curto prazo, mas se Ferreira Leite acha que tem razão nas observações que faz ao documento, faz sentido aprová-lo para evitá-los, deixando a situação agravar? A não ser que a líder considere que o país tem tanto tempo de vida como o seu mandato, a lógica é incompreensível para mim.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O aroma do poder

É comum ouvir-se que na política é necessária visão. A julgar pelo súbito afluxo de candidatos à liderança do PSD diria que o olfacto (ou olfato) tem primazia. Em menos de uma semana as probabilidades do PSD vir a ser poder nas próximas eleições aumentaram dramaticamente, estimulando as narinas dos ilustres do partido. A presidência do maior partido da oposição torna-se mais apetitosa, surgem mais candidatos e, espera-se, mais ideias e projectos para este país. Ainda bem.