Porque às vezes é preciso levar uma bofetada para sair do estado histérico a que alguns debates nos levam:
“Penso mais nas crianças de uma escola numa pequena aldeia no Níger que têm duas horas de aulas por dia e têm de dividir uma cadeira por três”, comparou Lagarde quando questionada sobre como conseguia não pensar nas mães que não têm acesso a parteiras ou em pacientes que não conseguem obter medicamentos de que precisam para sobreviver. “Tenho-as sempre na minha mente, porque acho que precisam mais de ajuda do que as pessoas em Atenas.”
“Sabe que mais?”, questionou a directora-geral do FMI. “Também penso naquelas pessoas que estão sempre a tentar fugir aos impostos, em todas essas pessoas na Grécia que estão a tentar fugir aos impostos”, prosseguiu Lagarde, acrescentando pensar nesses “da mesma forma” que pensa nos que estão a ser privados de serviços públicos.
Um aplauso a quem foge às respostas redondas. Não há saída fácil para o drama que a Grécia vive. Fugir para a frente não resolverá, só tornará tudo mais difícil.
Espero que tenham juízo, por eles e por nós. E pelas crianças, claro.