quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O meu 2012, em livros (Parte III) - Desporto

Desporto

Eu gosto de jogar xadrez. Infelizmente, e como noutras situações, ganho com isso a fama de cromo sem ter o proveito de ser um jogador decente. Mas sei o suficiente para poder desfrutar de livros não técnicos, ou filmes. Endgame, sobre a vida de Bobby Fischer, nem exige tanto. Lido em menos de 24 horas, este livro é tão bem escrito, que foi impossível parar. Mais uma biografia, segue a vida do xadrezista numa ascensão que ilustra muito a teoria das 10,000 horas para a excelência que Malcom Gladwell popularizou em “Outliers” (noutra parte deste texto). Os pormenores e intrigas que Fischer viveu no jogo, em parte verdadeiros, mas em boa parte resultados de uma mente perdida que chega a criar repulsa na fase final da vida, enchem as páginas do retrato de mais um génio insano.




I Am The Secret Footballer, escrito anonimamente por um profissional inglês do campeonato principal que também é colunista no The Guardian, conta como o futebol é visto por quem nele participa dentro de campo. Toca em muitos temas, desde os tempos de formação, as transferências e contratos, os adeptos, o dinheiro, as tácticas. É interessante e está bem escrito; só dispensava as histórias de festa e saídas. The Football Men, de Simon Kuper, é um livro de curtas crónicas; o escritor é bom, mas ou se é familiar com os nomes em causa, ou então boa parte não se aproveita. Já Why England Lose, do mesmo autor e escrito em conjunto com o economista Stefan Szymanski é uma mistura interessante do estilo Freakonomics com futebol. Não conhecendo os detalhes da investigação académica de fundo, o livro utiliza as ferramentas que são familiares para, entre outros temas engraçados, desculpar a Inglaterra das suas "frequentes" derrotas. É também uma tentativa de trazer para o futebol alguma análise estatística como foi feito no baseball, popularizado no relato de Michael Lewis em Moneyball. Apesar de perceber o apelo do livro, não percebendo nada do desporto nem conhecendo as figuras, podia dizer que foi uma perda de tempo, não fosse pelo facto de ter sido introduzido à curiosa peronsagem de Billy Beane, General Manager dos Oakland A's. Mas meio livro foi mais que suficiente para isso.

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