sábado, 18 de junho de 2011

Santos Pereira sobre as Obras Públicas

(...) as relações íntimas entre o nosso Estado e vários grupos económicos são bem conhecidas. Aliás, os mercados financeiros sabem disso perfeitamente, e não é pro acaso que, nos últimos anos, as acções de alguns grupos económicos, com especial preponderância para algumas construtoras, têm flutuado de acordo com as previsões dos resultados eleitorais (subindo quando as sondagens deram a vitória ao partido do governo, e descendo quando as medidas de austeridade foram implementadas e algumas das grandes obras públicas foram adiadas na Primavera de 2010). Pessoalmente, não tenho nada contra as construtoras nacionais, pois não tenho dúvidas de que essas empresas foram fundamentais para a indispensável melhoria das infra-estruturas do país realizada nas últimas décadas. O que é inaceitável é que a política económica do país tenha sido resgatada a favor do fontismo do nosso Estado e dos interesses de determinados grupos económicos com acesso privilegiado ao poder político. E, como é evidente, esta é uma das coisas que têm se de ser urgentemente alteradas no nosso país.
Álvaro Santos Pereira, ministro do novo governo responsável pelas obras públicas no seu livro Portugal na Hora da Verdade, p. 145, lançado em Abril.

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