sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Um voto branco não é um voto mudo

No meu último texto disse que apesar de Cavaco Silva se ter esforçado para não ter o meu voto, acabaria por tê-lo. O actual PR manteve a linha e hoje saiu-se com mais um pérola, defendendo que melhor do que o corte dos salários de alguns funcionários públicos teria sido um imposto extraordinário alargado também ao sector privado. Resumindo, Cavaco Silva não descola do paradigma socialista de que o problema do país não é excesso de estado e que podemos continuar a sugar a população com mais impostos. Ou se Cavaco não acha isto, não disse uma palavra sobre como seria o Estado mais leve que defende. Alguém resumiu melhor do que eu:


A arrogância e altivez da campanha roçam o insuportável. O argumento inaceitável de que uma segunda volta sai cara não é novo. E vem no seguimento de outras posições sobre o quanto fica cara uma campanha. O Presidente da República deveria ser o primeiro a dizer que os custos das eleições são ínfimos face aos benefícios que todos colhemos de viver numa democracia viva.Como disse um amigo: "uma segunda volta fazia-lhe muito bem". Fazia sim. Mas eu não sei se aguento mais 3 semanas desta barulheira.
Apesar de continuar certo que nenhum dos outros candidatos será melhor em Belém do que Cavaco Silva, não sei até que ponto acho interessante que o PR saia muito fortalecido deste acto eleitoral. Um candidato que economicamente está, indiscutivelmente, à esquerda das minhas convicções, será muito provavelmente um entrave a algumas das reformas que acredito serem essenciais para mudar a cultura de passividade e dependência do Estado do nosso país e levar-nos a crescer.
Bem sei que o meu voto não vale muito, mas se me concentrasse nisso então nem iria votar. Vou usar o dia de amanhã, em que misericordiosamente não há circo, para reflectir.

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