A campanha de Manuel Alegre apenas não tem sido uma desilusão porque não se esperava mais do candidato. Todos os dias o seu ponto forte é um "caso". Ora são as acções do BPN que Cavaco Silva comprou, ora são as escutas a Belém (mal explicadas, é certo). Seguidamente o plano maquiavélico de Cavaco para dissolver o Parlamento, derrubando o Governo. Bem, este suposto plano dificilmente roubaria votos a Cavaco Silva.
Entretanto eis que Alegre se lembrou de propor uma suspensão da campanha para que Cavaco tentasse impedir a entrada do FMI em Portugal. Revelador. Alegre ainda acha que isto é tudo uma questão de se falar com jeitinho com Sarkozy e Merkel. A conversar é que a gente se entende! Hoje foi um intrigante "exame de adopção à democracia" que o actual PR terá tido de fazer. Não vou elaborar porque confesso não ter entendido do que se trata, nem tenho grande expectativa de o vir a fazer. Passamos pela ausência no funeral de Saramago, que seria a suprema hipocrisia e um incómodo, segundo a viúva. De facto o país pode não precisar de um manual de finanças, mas a única coisa pior que um PR que só percebe de finanças é um PR que não percebe nada de finanças, quando o país enfrente um problema de...financiamento!
A única coisa próxima de conteúdo que Manuel Alegre exprime é uma defesa do "Estado Social", nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde, em quem ninguém toca. Logicamente não explica como poderá manter o dito ao mesmo tempo que o país está de chapéu estendido. Assim, parece-me, não vai lá. Mas se não fosse assim, não seria igual a si mesmo, nem à visão do país em que acredita.
É também esta visão inconsequente do nosso país, prevalecente no nosso país há décadas, transversal a vários partidos da esquerda à direita, que importa ultrapassar, se queremos aspirar a um futuro melhor.
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