Nas democracias, e mesmo nas ditaduras, os líderes políticos têm que ter em atenção a vontade popular. E quanto maior a desigualdade económica, maiores as pressões para a redistribuição de riqueza. Essa redistribuição é normalmente feita através de impostos sobre o capital, para incidir sobre aquilo que apenas os mais ricos têm. Porém, estes desincentivam a produção de ainda mais riqueza, e portanto podem ser um travão ao crescimento económico. Assim, sociedades mais desiguais terão tendência, através do processo político, a ter processos maiores de redistribuição, e portanto ter menor crescimento económico. Foi esta a ideia que Alberto Alesina e Dani Rodrik apresentaram num influente artigo em 1991 intitulado "Distributive Politics and Economic Growth".
Dá-me impressão que realizar um estudo empírico desta hipótese na União Europeia daria resultados favoráveis a esta ideia, olhando para os igualitários países nórdicos e para os desiguais países do sul. Mas não sei se confirmaria a ideia que mais políticas redistributivas sejam a solução, então mais ainda se prejudicarem o crescimento como os autores propõe/assumem. A igualdade nestes países, tem que ser feita no ponto de partida, não no de chegada: igualdade de oportunidades, de educação, de recompensa pelo esforço.
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