domingo, 10 de abril de 2011

Talk the talk and walk the walk


A notícia de que Fernando Nobre é o candidato do PSD à presidência da Assembleia da República é uma boa surpresa. Passos Coelho prometeu, como é da praxe, abrir as listas a independentes. Depois da "nega" de M. Ferreira Leite, que recebeu uma merecidíssima bofetada de luva branca de PPC, a escolha do candidato independente às eleições presidencias permite ao PSD mostrar que a vontade de renovar o teatro político é, pelo menos, mais séria do que foi até hoje.
Mais ainda, Fernando Nobre parece posicionar-se no centro-esquerda do nosso espectro político, embora tenha sabido apoiar causas e candidatos de uma ponta a outra. Ter uma figura reconhecidamente independente a presidir à AR, em caso de vitória do PSD, ajudará a passar a mensagem das reformas inevitáveis que vêm aí, agora por vexatória imposição externa. Levanta, porém, o risco de saber como se comportarão os independentes quando forem votadas propostas que visem riscar programas com impacto social, mas incomportáveis para as nossas finanças.
Por fim, uma nota sobre o timing. Num fim-de-semana em que Sócrates se cercou dos seus mais fieis aliados (e futuros traidores) no congresso do PS, com o inevitável discurso entrincheirado do "nós contra eles", Passos Coelho abraça os independentes. Por mais épica que seja a banda sonora que acompanha os discursos do secretário-geral socialista, penso que o resultado do fim-de-semana é 1 para o PSD e 0 para o PS.

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