domingo, 31 de outubro de 2010

A Presidenta


O Brasil elegeu Dilma Rousseff como sua Presidente para os próximos 4 anos. Não me atrevo a pronunciar sobre a sua competência e perfil para o cargo, dado que dela pouco se sabe. Acredito que dificilmente conseguirá tirar o Brasil do caminho do sucesso onde foi posto não há 8 anos, por Lula da Silva, mas há 16 com com Fernando Henrique Cardoso. Do que me é dado a perceber as políticas de Dilma e do seu adversário, José Serra, não seriam muito distintas. Dilma tem um pendor mais estatista e Serra mais orientado para a iniciativa privada, mas na linguagem europeia, ambos são sociais-democratas.

As campanhas eleitorais no Brasil são no mínimo muito idiossincráticas mas queria salientar duas participações que eram totalmente indispensáveis:

A mais negativa, porque teve mais impacto, foi a do Presidente Lula que depois de escolher Dilma, sua braço-direito, fez campanha não por ela, mas em vez dela. Omnipresente nos cartazes da candidata o Lula rompeu com a tradicional moderação dos presidentes em campanhas para a escolha de sucessores. A justificação mais ouvida dos votantla em Dilma foi: "porque o Lula fez muito pelo Brasil". A democracia do Brasil merecia mais de um grande líder.

A outra participação veio do outro lado do mar, de Roma, mais precisamente do Vaticano. O Papa Bento XVI deu instruções para os bispos brasileiros aconselharem os fiéis a não votarem em quem favorece o aborto, leia-se Dilma Rousseff. Acho sempre vergonhosas estas tentativas de empurrar o rebanho. A questão do aborto acabou por dominar muito do debate político no Brasil no último mês. Fico muito feliz que não tenha sido decisiva.

Resta-me desejar boa sorte a Dilma e boa sorte ao Brasil.

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